sábado, 10 de dezembro de 2011

A organização que aprende
A automação pode surgir apenas para atender a uma necessidade (mantendo o processo original) ou como alternativa criativa de fazer melhor (mais rápido, com melhor qualidade, maior confiabilidade, com menos etapas etc.) algum processo. Em um processo de automação os indivíduos, assim como os grupos organizacionais, compartilham informações, vivem experiências coletivas e devem refletir coletivamente sobre o significado destas experiências (Vanconcelos e Mascarenhas, 2007). Novos conhecimentos são desenvolvidos. Mais do que a soma dos conhecimentos dos integrantes do grupo por meio da interação ocorre o que pode ser chamado de aprendizagem organizacional - conceito desenvolvido a partir de estudos de Argirys e Schon, 1978. Segundo estes autores a mudança pode estar associada a uma aprendizagem de circuito simples (single looping learning), ou seja, com a adoção de soluções que mantêm os pressupostos que geraram os processos iniciais. Na automação este processo equivale a desenhar uma solução automatizada que represente fielmente um processo anteriormente manual.
Em um estágio de maior maturidade a aprendizagem pode se dar em circuito duplo (double looping
learning) em que ocorrem questionamentos do objetivo do processo e dos caminhos para chegar até ele. É um processo de percepção e exploração das possibilidades do ambiente, acesso e comparação de informações, gerando novas possibilidades com novos pressupostos. Neste raciocínio, a automação pode ser pensada criativamente não apenas para reproduzir processos previamente concebidos com nova tecnologia, mas para gerar novas habilidades ou capacidades na organização, a partir do aprendizado de novas maneiras de gerar valor para o negócio (Teece et al, 1999). A capacidade de aprendizado de uma organização é um forte diferencial competitivo quando transforma questionamentos e integração de conhecimentos em recursos valiosos da empresa

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