sábado, 14 de maio de 2011

ESAN Primeira Escola de Administração no Brasil


Um padre jesuíta, carioca de nascimento, de berço rico, mas que fez votos de pobreza, Roberto Sabóia de Medeiros, resolveu criar em São Paulo uma escola para que pessoas pudessem aprender a “administrar racionalmente os negócios”. O País tinha grandes empresários, como Mauá, Roberto Simonsen, Pereira Inácio, Francisco Matarazzo, todos intuitivos, brilhantes, com muito sucesso, mas sem formação acadêmica. Sabóia de Medeiros, com sua “visão humanística de mercado”, foi para os Estados Unidos e de lá trouxe para o Brasil as “receitas” da “Graduate School of Business”, da já famosa Universidade de Harvard.
Na “subida” da Rua São Joaquim, no bairro da Liberdade, em São Paulo, nascia a Escola Superior de Administração de Negócios – ESAN -, a pioneira no estudo de Ciências Administrativas no Brasil, ou como se dizia na época, o “ensino da Administração Científica”, conduzida pela Ação Social Padre Sabóia de Medeiros. O curso durava dois anos, com mais um de especialização, e podiam freqüentá-la alunos com ou sem curso secundário. Nos 15 anos seguintes ninguém se atreveria a implantar outra escola do gênero.

Assim, um ano depois eram formados os primeiros 41 administradores do Brasil. A maioria teve os estudos pagos por empresas da época, como Armando Taddei (SIAN – Torcuato Di Tella), Ernesto Carlos Heinke (Antarctica), José Carlos Salinas (Calçados Scatamacchia), José Burin (Isnard), Joaquim Montalvão (A Exposição-Clipper), Orlando de Franco (Nadir Figueiredo)... Para se ter uma idéia, na mesma época os Estados Unidos já formavam cerca de 50 mil bacharéis, quatro mil mestres e 100 doutores em Administração anualmente.
Os diplomas dos primeiros administradores brasileiros, entretanto, somente seriam reconhecidos 20 anos depois, em 28 de janeiro de 1961, por ato do então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira (Decreto 50.164).

Um comentário:

  1. Esta história deveria sempre ser lembrada, e mesmo estando atualmente integrada ao Centro Universitário FEI, o nome ESAN deve ser preservado e mantido como uma das escolas integrantes do atual Centro Universitário e da sua futura Universidade.
    Do mesmo modo, pela tradição e qualidade de seu ensino e por toda sua história, também é importantíssimo manter-se a estrutura por escolas das demais unidades de ensino integrantes da FEI, continuando assim a usar seus nomes, quais sejam: a Faculdade de Engenharia Industrial e a Faculdade de Informática.
    Que a FEI, como Universidade, volte a usar os nomes dessas três escolas, que a originaram, como suas Unidades de Ensino!

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