sábado, 14 de maio de 2011

E as sementes foram germinando


Em 1946, surgiu a Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, criada 12 anos antes (1934), graças à articulação de políticos, intelectuais e jornalistas. Dois anos antes (1948), representantes da recente Fundação Getúlio Vargas - desdobramento do Departamento de Administração do Serviço Público, criado para estabelecer um padrão de eficiência no serviço público federal e recrutar profissionais, por meio de concurso, para a administração pública – visitaram 25 universidades norte-americanas que tinham cursos de Administração Pública. Fruto da visita foi o surgimento, em 1952, no Rio de Janeiro, da Escola Brasileira de Administração Pública (Ebape), com apoio da ONU, USAID (Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos), governo federal e iniciativa privada.
Em 1959 formava-se a primeira turma e surgia o primeiro currículo especializado em Administração. Nesse mesmo ano foi pedido ao governo federal o reconhecimento oficial do Curso de Administração como “de utilidade pública”, o que só iria acontecer dois anos depois (1961). O padre Sabóia de Medeiros não pode comemorar: havia morrido seis anos antes.
No começo, a Universidade de São Paulo tinha cursos de Ciências Econômicas, Contábeis e Atuariais. Não havia o de Administração, que iria surgir em 1963. A primeira turma do curso de Administração colou grau em 1964. Não que o curso tivesse apenas dois anos, mas porque quem cursava o segundo ano de Economia pode optar pelo curso de Administração.
Nesse final de década ocorreria um fenômeno interessante: os cursos de Administração não surgiam mais ligados às instituições universitárias, mas a faculdades isoladas que se expandiam na sociedade brasileira.

O administrador profissional, que se tornara uma profissão de elite na segunda metade do século XX (todo jovem que desejasse rápida ascensão social teria de cursar uma das escolas de Administração), iria ter a profissão regulamentada somente 23 anos depois de formada a primeira turma pela ESAN: com a promulgação da Lei 4.769, de 9 de setembro de 1965, regulamentava-se a profissão de Técnico em Administração. No artigo 3º, ficava claro que o exercício é “privativo dos bacharéis em Administração Pública ou de Empresas, diplomados no Brasil, em cursos regulares de ensino superior, oficial, oficializado ou reconhecido, conforme currículo mínimo fixado pelo Conselho Federal de Educação, nos termos da Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961”.

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